Vivemos uma era de transformação digital acelerada, na qual tecnologias emergentes estão redefinindo a forma como interagimos com serviços financeiros. Embora iniciativas como mobile banking, IA e open finance já estejam consolidadas, a realidade aumentada (AR) e a realidade virtual (VR) despontam como novas fronteiras para criar imersão total do cliente e revolucionar o atendimento.
Em 2025, bancos globais como Santander implementaram “XR Lounges” virtuais, permitindo consultas de investimento em ambientes 3D, enquanto o HSBC testou um “conselheiro de riqueza” em VR, simulando cenários financeiros. No Brasil, instituições como o BBVA exploram protótipos de AR para orientações em agências, sinalizando que o país não fica atrás nessa corrida por inovação.
Apesar dos dados atuais mostrarem um foco maior em IA e nuvem, o mercado de AR/VR no setor financeiro global é estimado em US$ 2,6 bilhões até 2025, segundo projeções de empresas de pesquisa. Esse crescimento reflete a demanda por experiências personalizadas em tempo real e uma busca contínua por diferenciação competitiva.
A integração de AR em aplicativos móveis possibilita o lançamento de assistentes visuais que interagem com o mundo real. Usuários podem apontar a câmera do celular para um caixa eletrônico e receber instruções sobre como realizar operações complexas.
Esse tipo de serviço promove atendimento híbrido e eficiente, combinando o melhor do canal digital com o suporte humano quando necessário.
As agências físicas evoluem para espaços híbridos, nos quais tecnologias XR (Extended Reality) transformam cada visita em uma experiência única. Usuários podem calçar um headset VR ao entrar na agência e explorar uma versão virtual do prédio, com displays interativos que explicam produtos e serviços.
Em ambientes AR, totens com câmeras inteligentes identificam o cliente (mediante autorização) e exibem diretamente em telas suspensas informações relevantes, criando engajamento e fidelização de clientes por meio de interações memoráveis.
A capacitação de colaboradores é crucial para acompanhar a inovação. Com VR, é possível recriar cenários de atendimento ao cliente e possíveis fraudes em um ambiente seguro e controlado.
Além de reduzir custos com espaços físicos, essa abordagem garante potencial ilimitado de evolução das habilidades da equipe e promove maior assertividade no serviço.
A adoção de AR e VR requer infraestrutura robusta e uma arquitetura de TI bem planejada. Equipamentos como headsets e smartphones de última geração podem representar um investimento significativo.
Algumas barreiras a serem superadas incluem custos elevados de desenvolvimento e manutenção de conteúdo em 3D; garantia de segurança e privacidade de alto nível e conformidade regulatória; integração complexa com sistemas legados; e a necessidade de conectividade de baixa latência, especialmente em regiões remotas.
À medida que redes 5G se expandem e a computação em nuvem se torna onipresente, a capacidade de processar gráficos complexos e transmitir experiências imersivas será amplificada. O edge computing, por sua vez, reduzirá latências, permitindo interações fluidas mesmo em ambientes com infraestrutura limitada.
Para se preparar, os bancos devem investir em laboratórios de inovação internos com foco em XR, participar de ecossistemas de startups para troca de conhecimento, desenvolver protótipos de baixa fidelidade e mensurar retorno de investimento por meio de métricas de satisfação e engajamento. Essa estratégia garante um roadmap de adoção gradual, com menor risco e maior aderência às expectativas dos clientes.
Para entrar nesse universo, os bancos devem priorizar o experimentalismo controlado:
Essa abordagem iterativa garante resultados palpáveis e facilita a adaptação de processos, fomentando uma cultura de inovação dentro da instituição.
Em resumo, a adoção de AR e VR no setor financeiro não é apenas uma tendência passageira, mas um passo essencial para oferecer inovação no setor financeiro e diferenciar a marca. À medida que as tecnologias amadurecem, o verdadeiro valor estará em conectar a inovação à experiência humana, criando um ciclo contínuo de melhoria e encantamento.
O futuro das experiências bancárias será marcado por interfaces que se adaptam ao perfil e ao humor do cliente, proporcionando atendimentos mais rápidos, seguros e impactantes. Com as realidades estendidas, o setor financeiro terá nas mãos uma ferramenta poderosa para fortalecer relacionamentos e impulsionar a lealdade em um cenário cada vez mais competitivo.
Portanto, o momento de agir é agora. Instituições que investirem em AR e VR de forma estratégica e colaborativa estarão na vanguarda, definindo padrões para a próxima geração de serviços financeiros e assegurando um lugar de liderança neste novo capítulo da história bancária.
Referências