Nos últimos anos, o setor bancário brasileiro passou por uma transformação acelerada, impulsionada pela adoção de tecnologias emergentes e por um novo perfil de consumidor cada vez mais conectado e exigente. A digitalização deixou de ser uma alternativa para se tornar o coração das operações, redefinindo processos, serviços e paradigmas de atendimento.
Com investimentos recordes e iniciativas inovadoras, bancos e fintechs buscam oferecer experiências personalizadas e contextualizadas, unindo eficiência e proximidade. Entender esse movimento é fundamental para profissionais, clientes e empreendedores que desejam aproveitar as oportunidades desta nova era.
O orçamento destinado à tecnologia pelos bancos brasileiros alcançará R$ 47,8 bilhões em 2025, refletindo um crescimento de 13% em relação ao ano anterior. Este montante representa um incremento de 58,4% nos últimos cinco anos, evidenciando a prioridade estratégica que as instituições financeiras dão à modernização de suas operações.
Entre as principais frentes de alocação estão:
Esse volume de recursos está não só modernizando sistemas legados, mas também economizando tempo e reduzindo custos ao automatizar processos antes manuais, fortalecendo a concorrência e a inovação no mercado.
A incorporação de IA e GenAI tornou-se comum em mais de 80% das instituições financeiras, gerando ganhos significativos de produtividade e assertividade operacional. Após a adoção dessas tecnologias, a eficiência média dos processos aumentou 11,4%, sendo que 38% dos bancos relatam melhorias superiores a 20%.
Além disso, a utilização de dados do Open Finance (79%) e a customização direta pelos próprios usuários (64%) têm potencializado a oferta de produtos e serviços sob medida, promovendo colaboração entre humanos e máquinas em uma jornada cada vez mais fluida.
A penetração dos serviços bancários digitais ultrapassa 70% da população, com 208,2 bilhões de transações realizadas em 2024, um aumento de 8% sobre o ano anterior. O mobile banking concentra 75% desses movimentos, representando 155 bilhões de operações.
Em pouco mais de uma década, a participação das transações digitais no total saltou de 54% para mais de 80%, evidenciando a confiança dos brasileiros na praticidade e na segurança dos canais online.
No âmbito da bancarização em larga escala, o país conta com 202,5 milhões de pessoas físicas com contas bancárias, sendo 119,6 milhões de usuários ativos em plataformas online, um crescimento de 22 milhões entre 2022 e 2024.
O Brasil abriga 1.481 fintechs, lideradas por pilares como Nubank, C6 Bank e Banco Inter, que vêm redefinindo o modelo de relacionamento com clientes ao oferecer interfaces intuitivas, taxas reduzidas e atendimento baseado em IA.
Pesquisa indica que 45% da população já utiliza bancos digitais, com projeção de alcançar 57% até 2027, configurando um cenário de competição intensa e aceleração de lançamentos de produtos inovadores.
O Pix consagrou-se como a revolução dos pagamentos instantâneos no Brasil, com crescimento de 308% nos primeiros 20 meses e 7,7 milhões de transações de Pix Saque no primeiro semestre de 2025, um aumento de 36,2%.
O pagamento por aproximação representou 70% das transações presenciais com cartões em 2024, enquanto o volume total de operações com cartão alcançou 45,7 bilhões, alta de 8,2% em relação a 2023. Estima-se que os pagamentos digitais, em geral, cresçam 22,4% ao ano até 2025.
O Open Finance desponta como outro marco fundamental, comparável ao Pix na digitalização das finanças. Com investimento de 65% em integração de dados, os bancos oferecem experiências consistentes e personalizadas, fundamentadas no cruzamento de informações de múltiplas fontes.
Apesar do ritmo acelerado de inovação, o setor ainda enfrenta obstáculos que demandam atenção contínua:
Para mitigar esses riscos, iniciativas como a expansão da rede 5G e sistemas de detecção de fraudes baseados em IA estão em curso, promovendo segurança avançada contra ameaças cibernéticas e monitoramento em tempo real.
O cenário futuro aponta para um mercado cada vez mais integrado, onde a personalização, a automação e a colaboração entre humanos e máquinas definirão o sucesso das instituições. As estratégias devem equilibrar inovação rápida com robustez operacional, garantindo confiança e agilidade a clientes e reguladores.
Em um contexto global, o Brasil se destaca entre emergentes, impulsionado pela adoção massiva de smartphones e por um ecossistema de neobancos em expansão, mantendo-se na vanguarda das tecnologias prioritárias: análise de dados, automação, CRM e segurança.
Ao reinventar o atendimento, bancos e fintechs não apenas modernizam processos; eles redefinem o próprio conceito de relacionamento financeiro, colocando o cliente no centro de decisões estratégicas e tecnológicas.
Referências