Desde a implementação das primeiras antenas até os testes de piloto, o 5G se consolidou como um divisor de águas. Em um mundo onde cada milissegundo faz diferença, essa tecnologia entrega velocidades extraordinárias e conectividade ubíqua de alta confiança. Para o setor bancário, isso significa não apenas agilidade, mas a capacidade de repensar cada processo e interação com o cliente.
Este artigo mergulha em como o 5G está remodelando o setor financeiro, trazendo números, cases e insights para inspirar gestores e profissionais a liderar essa jornada de transformação.
O potencial econômico do 5G no Brasil é gigantesco. Estudos da PwC estimam que o setor financeiro pode adicionar US$ 25,5 bilhões à economia nacional até 2025. Quando consideramos a cadeia de valor que inclui inteligência artificial, Big Data & Analytics, Cloud, AR/VR, Robotics e IoT, o efeito multiplicador se torna ainda mais expressivo.
Além disso, as instituições financeiras estimam investir R$ 478 bilhões em tecnologia em 2025, um aumento de 13% em relação a 2024. Esse investimento não se limita à infraestrutura, mas engloba pesquisa e desenvolvimento, parcerias com startups e capacitação de equipes.
Outro indicador importante é a criação de empregos: projeta-se um crescimento de até 15% nas vagas de TI, reforçando a demanda por profissionais qualificados em redes 5G, cibersegurança e análise de dados.
Ao integrar essas tecnologias, os bancos vão acelerar o planejamento de crédito, aprimorar a gestão de risco e oferecer produtos mais personalizados. Pequenos negócios em regiões remotas, antes excluídos dos serviços financeiros, poderão acessar linhas de crédito e soluções de pagamento com a mesma qualidade dos grandes centros urbanos.
Até novembro de 2024, todas as 5.570 cidades brasileiras já contavam com sinal 5G. Esse feito, antecipado pela liberação da faixa de 3,5 GHz, posiciona o Brasil como líder na América Latina. Mesmo assim, apenas 11% das conexões móveis utilizavam 5G até outubro de 2024, um reflexo do custo de dispositivos e da desigualdade regional.
Operadoras como Vivo, Claro e TIM investiram mais de R$ 116 bilhões na expansão da rede, com planos de instalar uma antena para cada 10 mil habitantes em cidades com mais de 500 mil pessoas até julho de 2025. Para municípios com mais de 30 mil habitantes, a meta se estende até 2029.
Parcerias público-privadas têm acelerado obras de fibra óptica e ampliação das torres. Além disso, a adoção de tecnologias como Open RAN e edge computing está reduzindo custos e aproximando capacidade de processamento das pontas de rede, essencial para aplicações bancárias que demandam resposta instantânea e processamento local.
O ecossistema 5G vai muito além da velocidade. O programa Open Gateway da GSMA, por exemplo, já disponibiliza APIs específicas para o setor financeiro, permitindo:
Redes privativas 5G, conhecidas como network as a service, oferecem controladoria total sobre a infraestrutura, permitindo níveis de segurança e confiabilidade superiores aos das redes públicas. Um case de sucesso é a Gerdau, que implementou uma rede privativa na planta de Ouro Branco (MG), reduzindo latência e garantindo comunicação crítica sem interrupções entre máquinas e sistemas.
O 5G abre um leque de possibilidades para transformar radicalmente a prestação de serviços bancários. Entre as principais aplicações, destacam-se:
Essas iniciativas não só elevam a satisfação do cliente, mas geram economia de custos operacionais e ampliam a inclusão financeira, especialmente em comunidades rurais ou áreas urbanas subatendidas.
Para colher os benefícios do 5G, os bancos devem seguir um roteiro estratégico:
Essa abordagem iterativa minimiza riscos, maximiza aprendizados e posiciona a instituição para evoluir de forma contínua à medida que novas funcionalidades do 5G surgem.
Eduardo Bento, diretor de TI do BTG Pactual, prevê um cenário onde o banco “estará em tudo”. Nesse contexto, dispositivos IoT, como smartwatches e eletrodomésticos conectados, atuarão como pontos de contato financeiro, realizando transações automáticas sem necessidade de interação humana.
Imagine seu carro agendando um pagamento de pedágio, sua geladeira negociando a melhor oferta de reposição de mantimentos ou seu wearable transferindo valores conforme metas de saúde. Esse nível de integração exige orquestração perfeita entre dispositivos e serviços, algo viabilizado pela baixa latência e alta confiabilidade do 5G.
Além disso, experiências em realidade virtual e aumentada permitirão design de produtos financeiros em ambientes imersivos, onde clientes podem simular cenários de investimento ou planejar a compra de um imóvel com visualização 3D.
O 5G é mais do que uma evolução das redes móveis: é a espinha dorsal de uma nova geração de serviços financeiros, marcada por inovação contínua e experiência do cliente transformadora. As instituições que liderarem essa revolução estarão preparadas para o mercado global e oferecerão serviços mais ágeis, seguros e inclusivos.
Este é o momento de agir: monte sua estratégia, invista em parcerias e coloque o cliente no centro dessa jornada. O futuro dos bancos já começou.
Referências